Em coletiva anual de imprensa, FARSUL projeta recuperação na soja para 2021
(vídeo da coletiva de imprensa na íntegra)
Em sua tradicional coletiva de final de ano, a FARSUL apresentou os resultados das principais ações de 2020 bem como as projeções para 2021.
Segundo projeções da FARSUL, a soja deve aumentar a produção em 75,8% - para 19,8 milhões de toneladas, volume inclusive acima da safra 2018/2019.
O Sistema Farsul ainda estima alta de 15,3% no volume de trigo no próximo ano, enquanto o arroz deve registrar queda de 3,4% depois do recorde de produtividade da safra passada. No geral, os produtores devem colher em torno de 2% a menos do que em 2018/2019, mesmo com uma evolução de 6,6% na área plantada no mesmo período.
Apenas em 2020/2021, a expansão das lavouras deve chegar a 3%, puxada pelas lavouras de soja, milho, arroz e trigo. Na safra passada, a área plantada já havia subido 3,5%, com destaque para as culturas de inverno, indicando melhor aproveitamento do espaço já ocupado no verão.
Para o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, os números mostram que o setor foi capaz de amenizar o impacto das perdas de 2019/2020. "O produtor está acreditando como nunca na sua atividade. Não vivemos desse passado recente, mas da perspectiva de mercado para 2021, que é excelente para todos os produtos do agronegócio", avalia. Mas o dirigente também cobra soluções para destravar investimentos em irrigação em situações de clima adverso.
O coordenador da Comissão do Meio Ambiente da Farsul, Domingos Lopes, afirma que o problema do Estado não é o volume de chuva, mas a distribuição dela. Assim, o investimento em irrigação deveria ser estimulado, mas isso não é o que ocorre na prática. E o problema não está no financiamento ou na burocracia, já que existe crédito disponível para essa finalidade e não há processos represados de licenciamento para as culturas de sequeiro. "O problema é que o produtor sequer dá entrada nos pedidos. Ele tem consciência de que não vai obter a licença porque não vai conseguir cumprir a legislação ambiental", afirma.
Na Metade Sul, os agricultores ainda convivem com o impasse de uma ação civil pública do Ministério Público que não considera as atividades pecuárias como antrópicas e exige 20% da área do imóvel como Reserva Legal no Bioma Pampa, apenas com campo nativo, o que também desmotiva o investimento.
Segundo o economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, o prejuízo econômico da estiagem em 2019/2020 foi pior para o Estado do que em outras secas históricas, em 2005 e 2012. "Perdemos mais de 8 milhões de toneladas, em boa medida porque não podemos irrigar, e assim deixamos de gerar crescimento, PIB e empregos". Mesmo assim, houve aumento de área plantada no ano seguinte, o que mostra um setor "resiliente" que destoa do ambiente econômico no geral. "Infelizmente, não teremos esse esforço recompensado com safra recorde, porque perdemos de novo no milho".
FARSUL SE POSICIONA PELA URGÊNCIA DAS REFORMAS
O Sistema Farsul alertou para a necessidade de fazer reformas no Brasil para enfrentar dois grandes problemas: crescimento abaixo da média mundial e graves problemas fiscais. Apenas até outubro, o déficit primário do País era de R$ 692,8 bilhões, segundo dados do Banco Central. Esse resultado reflete o fato de o Brasil ter sido um dos países que mais gastou na pandemia - as despesas públicas cresceram 42,7% até outubro - ao mesmo tempo que perdeu 9,8% em receitas neste ano.
A crise também elevou a dívida pública para R$ 3,91 trilhões, fazendo com que o governo federal gastasse, apenas até outubro deste ano, R$ 251,2 bilhões em juros nominais. O economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz, alerta para os desdobramentos desse descontrole das contas públicas, que incluem hiperinflação, novos desequilíbrios cambiais e dificuldade para a rolagem da dívida.
SENAR-RS DESTACA A SUPERÇÃO DE DESAFIOS EM ANO DE PANDEMIA
O superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, valorizou os resultados do Senar-RS em um ano atípico. A entidade conseguiu implantar projetos como a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), com cerca de 2 mil produtores atendidos mensalmente hoje, além de investir em temas transversais, programas de inovação como o AgroUp e eventos semipresenciais. "Apesar da pandemia, o Senar-RS conseguiu realizar aproximadamente 2,2 mil cursos e chegar a 35 mil gaúchos", afirma Condorelli. Em 2021, o Senar-RS pretende chegar a 12 mil produtores com a ATeG. Outra novidade é a disponibilização dos polos de ensino presencial para os cursos de nível superior da Faculdade CNA.
(fonte:www.farsul.org.br)
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